Avós, netos e ... genes!

Tenho observado, nas pessoas minhas conhecidas que como eu já são avós, que existe uma grande diferença no envolvimento com os seus netos, quer a nível comportamental quer a nível emocional.
Haverá alguma explicação para isto? Haverá alguma explicação evolutiva para o facto de alguns avós estarem emocionalmente muito ligados aos seus netos, terem um contacto frequente e investirem muito neles em recursos e outros apresentarem um envolvimento emocional distante, um contacto pouco frequente e um pequeno investimento em recursos?
Vasculhei a minha memória e lembrei-me de já ter estudado o assunto. Está claro que o que vou dizer não explica tudo, mas pode dar alguma pista.
Sabemos que os animais tendem a exibir estratégias comportamentais que favorecem o sucesso reprodutor dos seus parentes, mesmo com custos para a sua própria sobrevivência e/ou reprodução. Equivale a dizer que nós evoluímos de forma a favorecermos as pessoas que nos são geneticamente mais próximas de modo a perpetuarmos os nossos genes, através deles.
Mas, como se propaga um gene? - De duas formas: aumentando a probabilidade do indivíduo que o possui chegar à idade adulta e reproduzir-se; aumentando a capacidade reprodutiva dos familiares mais próximos que também possuem cópias do mesmo gene.
Também se sabe que cada pessoa recebe metade dos seus genes da sua mãe e a outra metade do seu pai. Sendo assim, teoricamente, pais e filhos e irmãos entre si partilham 50% dos genes, avós e netos, tios e sobrinhos partilham 25% e os primos, partilham entre si, 12,5% dos genes.
Se pensarmos no problema adaptativo, enfrentado pelos homens, da incerteza da paternidade, versus 100% de certeza das mulheres acerca da sua maternidade (ver meu post) podemos também estender este raciocínio aos avós, com a agravante de agora termos duas gerações de descendentes. Isto quer dizer que, para os avôs, a incerteza pode duplicar: podem não ser os pais biológicos do seu filho e além disso o seu filho pode não ser o pai biológico do seu neto! No outro extremo temos as avós com 100% de certeza: o neto é filho da sua filha.
Se pensarmos que o envolvimento depende, em certa medida, disto, então podemos considerar uma “escala de envolvimento com os netos”, que apresenta a avó materna num extremo e no outro extremo o avô paterno; a avó paterna e o avô materno preenchem o meio da escala, pois a avó paterna “não tem a certeza” se o seu filho é o pai biológico do seu neto e o avô materno “não tem a certeza” se é o pai da mãe do seu neto!
Complicado?
Haverá alguma explicação para isto? Haverá alguma explicação evolutiva para o facto de alguns avós estarem emocionalmente muito ligados aos seus netos, terem um contacto frequente e investirem muito neles em recursos e outros apresentarem um envolvimento emocional distante, um contacto pouco frequente e um pequeno investimento em recursos?
Vasculhei a minha memória e lembrei-me de já ter estudado o assunto. Está claro que o que vou dizer não explica tudo, mas pode dar alguma pista.
Sabemos que os animais tendem a exibir estratégias comportamentais que favorecem o sucesso reprodutor dos seus parentes, mesmo com custos para a sua própria sobrevivência e/ou reprodução. Equivale a dizer que nós evoluímos de forma a favorecermos as pessoas que nos são geneticamente mais próximas de modo a perpetuarmos os nossos genes, através deles.
Mas, como se propaga um gene? - De duas formas: aumentando a probabilidade do indivíduo que o possui chegar à idade adulta e reproduzir-se; aumentando a capacidade reprodutiva dos familiares mais próximos que também possuem cópias do mesmo gene.
Também se sabe que cada pessoa recebe metade dos seus genes da sua mãe e a outra metade do seu pai. Sendo assim, teoricamente, pais e filhos e irmãos entre si partilham 50% dos genes, avós e netos, tios e sobrinhos partilham 25% e os primos, partilham entre si, 12,5% dos genes.
Se pensarmos no problema adaptativo, enfrentado pelos homens, da incerteza da paternidade, versus 100% de certeza das mulheres acerca da sua maternidade (ver meu post) podemos também estender este raciocínio aos avós, com a agravante de agora termos duas gerações de descendentes. Isto quer dizer que, para os avôs, a incerteza pode duplicar: podem não ser os pais biológicos do seu filho e além disso o seu filho pode não ser o pai biológico do seu neto! No outro extremo temos as avós com 100% de certeza: o neto é filho da sua filha.
Se pensarmos que o envolvimento depende, em certa medida, disto, então podemos considerar uma “escala de envolvimento com os netos”, que apresenta a avó materna num extremo e no outro extremo o avô paterno; a avó paterna e o avô materno preenchem o meio da escala, pois a avó paterna “não tem a certeza” se o seu filho é o pai biológico do seu neto e o avô materno “não tem a certeza” se é o pai da mãe do seu neto!
Complicado?