Depois de uma viagem de longo curso, chego ao meu País. Que bom, daqui a pouco, estou em casa. Na minha terra. Na minha Madeira. Sentimento efémero. Um amigo meu dá-me a notícia de chofre: O avião para o Funchal está atrasado duas horas! É este o meu país. Desconfortável. Triste. Atrasado. Arrasado. Como algém dizia: não te espantes chegámos ao c. do mundo!
O único remédio é tentar enganar o relógio biológico, fingir que o tal de fuso horário é ilusão, e, esperar. Muito. Fazer o possível para a adrenalina não danificar muito o corpo.
Pedidos de esclarecimento. Nada. Ninguém sabe de nada. O costume. Mais espera. Já lá vão quatro horas. Consegue-se saber que o nosso voo tinha sido cancelado. Balcão da Tap (que outra companhia poderia ser?). As próprias funcionárias nem têm essa informação. Por fim, confirmam; vão colocar os passageiros (alguns!) no voo seguinte. Só há lugar para um de nós. Over booking. Com dificuldade consegue-se dois lugares. Depois de quase oito horas de espera, por fim, o embarque. Nova espera. Agora faltam passageiros.
Avião da Portugália, (pois é!) um velho Fokker 100. Se soubesse o que agora pesquisei, não teria voado nele.
Aeroporto do Funchal - no meio de tudo, uma coisa boa: as malas vieram! Que país é este que já nos alegramos quando as nossas malas viajam no mesmo avião que nós?
O meu cantinho onde escrevo. As minhas coisas. A minha casa. A minha casa não pertence, de certeza, a este miserável país.
Infelizmente, não é só por isto que estou zangada com este país. Já desisti de ser meu. Pelo menos por hoje.