terça-feira, dezembro 11, 2007

Mais uma promessa cumprida (É evidente que não sou do Governo!)
Aí estão os panfletos que falei em post anterior. Como disse acho o panfleto bem feito, se bem que existam termos incompreensíveis para a maior parte do público a que se destina. Nesse aspecto, dou nota negativa (não, não quero competir com o Prof. Marcelo).


Exterior (clique para aumentar)


Interior (clique para aumentar)

O check-list é interessante e metodologicamente adequado, porque além de identificar as situações de risco, aponta medidas para as corrigir.



(clique para aumentar)





segunda-feira, dezembro 10, 2007

Intoxicar os mosquitos com café?

Já se percebeu que o mosquito Aëdes aegypti é duro de roer. Para vencê-lo é preciso inteligência e habilitação. Coisa que não sei se as nossas autoridades percebem.

Segundo o DN de 18 de Novembro passado, terminou ontem, 10.12.07 acção de desinfestação levada a cabo pela DRS, SRAS e uma empresa local de desinfestação.

Já tive oportunidade de dizer que o que fizeram, nesta altura do ano, não resolve nada e, pelo contrário, só vem aumentar a poluição no ambiente. Quere-me cá parecer que devem ter feito pulverizações com larvicidas, extremamente nefastos para as pessoas, animais e ambiente e duvido da sua eficácia pois a maior parte dos criadouros não foi, de certeza, atingida (meu post "Ser mais esperto que o mosquito... ").

Em tempos tinha ouvido falar de usar borra de café para eliminar os mosquitos Aëdes aegypti, mas não sabia mais nada. Descobri, que uma bióloga brasileira, Alessandra Laranja, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista tem dedicado muita da sua actividade a estudar o efeito da cafeína no desenvolvimento do mosquito, para perceber se pode ser utilizada como auxiliar no controlo do Aëdes.

Na sua tese de mestrado, além do efeito da cafeína no Aëdes, estudou também o efeito da borra de café pois se a cafeína tivesse realmente algum efeito sobre o Aëdes, então a cafeína existente na borra de café poderia ser facilmente usada pelas pessoas. Lembraram-se disto porque em estudos anteriores tinham verificado que a cafeína que é uma das substâncias tóxicas encontradas no café, (e a gente bebe tanto!) interfere negativamente na reprodução da mosquinha da fruta; e fizeram a pergunta: será que também tem efeito sobre o Aëdes aegypti?

Se assim pensaram, melhor fizeram: as suas experiências mostraram que, sim senhor, a cafeína e a borra de café impedem as larvas de Aëdes aegypti passarem ao estado adulto - morrendo na fase larvar, não temos novos adultos, logo o ciclo é interrompido.

Do conjunto de experiências, concluíram que a dose de cafeína é importante e chegaram a esta receita: quatro colheres de borra de café diluídas num copo de água são suficientes para inibir completamente o desenvolvimento das larvas do mosquito.

Ora isto não quer dizer que não se continue a eliminar os criadouros, mas pelo menos, em relação aos pratinhos com água debaixo dos vasos com plantas, às bromélias e até sobre a terra dos jardins, deitar borra de café nas quantidades indicadas, servirá, em muito, para eliminar grande parte das larvas. Mas é preciso colocar borra de café nova uma vez por semana.

Prático, barato, reutiliza-se a borra, e não faz mal às plantas, aos homens e aos animais.

Mais…

Continuando o estudo, agora na sua tese de doutoramento, a investigadora Alessandra Laranja, foi verificar se os mosquitos desenvolviam resistência à cafeína, como acontece com os insecticidas normalmente usados. Parece que estamos com sorte, pois a conclusão é que os resultados encontrados reforçam a indicação para usar a caféina como alternativa aos principais insecticidas usados e contra os quais, como já disse, os mosquitos têm desenvolvido resistências.

O que acham?


Se estiverem interessados em mais pormenores:
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n6/22.pdf
http://www.inova.unicamp.br/inventabrasil/vdengue.htm

Funchal by Aëdes aegypti

(clique para ver a imagem aumentada)
Conforme prometi:
Locais onde o Aëdes aegypti foi encontrado, segundo o site http://www.cm-funchal.pt/Cmf/Default.aspx?ID=1564

(retirado há poucos minutos) Não está actualizado; é de 11 de 2006.

Lembrem-se que há dois anos só havia em Santa Luzia!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Estou zangada com o meu País

Depois de uma viagem de longo curso, chego ao meu País. Que bom, daqui a pouco, estou em casa. Na minha terra. Na minha Madeira. Sentimento efémero. Um amigo meu dá-me a notícia de chofre: O avião para o Funchal está atrasado duas horas! É este o meu país. Desconfortável. Triste. Atrasado. Arrasado. Como algém dizia: não te espantes chegámos ao c. do mundo!

O único remédio é tentar enganar o relógio biológico, fingir que o tal de fuso horário é ilusão, e, esperar. Muito. Fazer o possível para a adrenalina não danificar muito o corpo.

Pedidos de esclarecimento. Nada. Ninguém sabe de nada. O costume. Mais espera. Já lá vão quatro horas. Consegue-se saber que o nosso voo tinha sido cancelado. Balcão da Tap (que outra companhia poderia ser?). As próprias funcionárias nem têm essa informação. Por fim, confirmam; vão colocar os passageiros (alguns!) no voo seguinte. Só há lugar para um de nós. Over booking. Com dificuldade consegue-se dois lugares. Depois de quase oito horas de espera, por fim, o embarque. Nova espera. Agora faltam passageiros.

Avião da Portugália, (pois é!) um velho Fokker 100. Se soubesse o que agora pesquisei, não teria voado nele.

Aeroporto do Funchal - no meio de tudo, uma coisa boa: as malas vieram! Que país é este que já nos alegramos quando as nossas malas viajam no mesmo avião que nós?

O meu cantinho onde escrevo. As minhas coisas. A minha casa. A minha casa não pertence, de certeza, a este miserável país.

Infelizmente, não é só por isto que estou zangada com este país. Já desisti de ser meu. Pelo menos por hoje.