terça-feira, setembro 26, 2006

Cafeína e dores de cabeça

A cafeína pode tirar as dores de cabeça mais depressa que o ibuprofeno. Uma grande chávena de café tira a dor de cabeça cerca de meia hora mais cedo que um comprimido de ibuprofeno. A dor de cabeça em média volta após 90 minutos, mas uma segunda chávena de café pode prolongar a analgesia.

No entanto, a combinação das duas drogas é mais efectiva e mais duradoira. Permite um tempo extra de 4 horas sem dor.

De um modo geral as dores de cabeça devem-se à dilatação dos vasos sanguíneos à volta do crâneo. A cafeína é um vasoconstritor. Talvez seja este efeito que cura a dor de cabeça.

(Current Pain and Headache Reports, vol.5)

PS. A minha experiência para tirar dores de cabeça: uma bica ou um carioca com uns pingos de limão. Muito bom.

Profesores e doenças autoimunes

Os professores têm uma maior probabilidade de morrerem de uma doença autoimune do que outros grupos profissionais.

No seu conjunto, os professores têm 13% mais de probabilidade de morrerem de esclerose múltipla, artrite reumatóide, lupus e outras doenças autoimunes. Mas os professores com idade compreendida entre os 35 e os 44 anos têm 143% mais de probabilidade de "verem" no seu certificado de óbito uma doença autoimune!

Sabe-se que a febre reumática é causada por uma bactéria - Streptococcus A. A investigação também mostra que a esclerose múltipla está ligada ao vírus Epstein-Barr. Este vírus é um membro da família dos vírus herpes e é comum em alunos do secundário mas não em crianças mais pequenas. Parece então que os professores do secundário correm maior risco que os professores primários.

Falta acrescentar que no conjunto da população este risco é pequeno.

(Journal of Rheumatology, vol. 27)

Atracção e altruismo

As mulheres são atraídas por homens altruístas, mas o contrário não é verdadeiro.

Alguns estudos mostraram que as mulheres consideram o altruísmo um aspecto atractivo num parceiro - é um sinal de que o homem investirá em termos de energia e de recursos no relacionamento e nos filhos.

Mas os homens acham as mulheres altruístas menos atractivas e menos desejáveis como parceiras. Talvez os homens pensem que elas não se vão comportar como "boas raparigas".
É uma descoberta curiosa mas que precisa de mais investigação para descobrir as causas destes resultados.

(NewScientist.com)

sexta-feira, setembro 22, 2006

Poente

põe-se o Sol
o mundo suas teias tece
e sonolenta vai caindo a noite
numa nostalgia que nos leva à prece
ternura esperança amor tudo transparece
enquanto o Sol se põe e a noite cresce

(a pontuação é de cada um)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Escrevi isto um dia ... no Porto Santo

Estou no Porto Santo. Mais precisamente na Baiana, a velha Baiana que conheci há...já lá vão tantos anos, mas o muro das recordações da minha adolescência, com as pernas as baloiçarem, sapatos a baterem na parede, gelado de baunilha a escorrer pelos dedos, e aquele cheiro, aquela sensação de ... ai, não consigo pôr em palavras, o namorado fazia cheiro no coração, na cabeça, na visão de de ondas de existência, de saber que estava ali, não estava aqui, talvez um pouco mais abaixo, quem estava aqui eram os pais, a tomar bica ou talvez laranjada. Ah, a velha laranjada borbulhante que todos os anos o meu pai ainda compra para o dia de Natal!
À minha frente, uma mesa de seis casais (penso!), gente rude, do Norte (?), talvez a entrar na reforma, "o espada é daqui, não vem do Continente, podes comê-lo à vontade, é fresquinho", "o vinho tá quente", "mas se o vinho tá quente manda vir uma pedra de gelo", "mas eu vi na televisão que o vinho tinto se toma pelo menos com o copo quente, então bebe branco que está fresquinho", "manteiga d'alho é isto, mas também lá há", "os pratos de carne aqui são mais baratos que os de peixe"!
Os dedos agarram os talheres, já dentro do prato, lambusam-se nos garfos atulhados de batata frita, ovo e bifinhos de vitela. "A sopa está insonsa, não como mais nada", "mas se está com dores de estômago então tem de o encher", "eu gosto muito de cabeças, eu aproveito-as todas", "o meu marido não come uma coxa, não come um peito, é só as asas e o pescoço", "ela tem uma casa no Funchal, não é, é na Ribeira Brava, ela é muito rica", "não se vê os casais que se vê na Caras".
E as facas ficam espetadas, fincadas na mesa, gesticulando figuras de palavras, surdosas, cúmplices de olhares, línguas limpando os dentes, em trejeitos grotescos, escancarados, arroz preso nos beiços, engordurados, "limpa a boca rapaz".
Vou dar um giro por aí, lembrando odores, é engraçado, as minhas recordações são de cheiros, do cheiro do banco de pedra carcomida em que namorava, do cheiro das sandálias de pano e cartão feitas por mim, do cheiro dos filmes de amor nas noites de Verão, do cheiro das coisas que iam acontecer.
Vou encher-me com o cheiro do mar!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Doce de laranja com perfume de goiaba - é assim que me descrevo.
Geléia de kiwi com casca de tangerina - é assim que me entendem.
Papaia descascada com aroma de limão - é assim que me ofereço.
Gelado de pitanga com perfume de alfazema - é assim que me escondo.